O entusiasta Renato Bastos Rosa ressalta o avanço da tecnologia e o quanto ela já substituiu tarefas que antes pareciam exclusivamente humanas. Mas por mais sofisticada que seja a inteligência artificial, ela ainda encontra barreiras invisíveis: empatia genuína, intuição, criatividade espontânea e presença emocional. Existe uma fronteira onde o código para, e o humano começa.
Enquanto algoritmos aprendem a prever nossos gostos, responder mensagens e até gerar imagens e textos, há algo que eles ainda não dominam: o contexto emocional, as entrelinhas, os silêncios, a arte. Os robôs podem ser rápidos, mas não sentem o tempo. Podem calcular padrões, mas não compreendem significados profundos. E talvez, nem devam.
Por que a tecnologia não entende o que sentimos?
A IA opera com base em padrões. Ela reconhece repetições, faz cruzamentos de dados e responde conforme probabilidades. Mas emoções humanas não seguem lógica linear. Um mesmo gesto pode significar coisas opostas, dependendo do momento, da intenção ou do tom. E essa leitura sutil é algo que nem os sistemas mais avançados conseguem simular com fidelidade.

Para Renato Bastos Rosa, mesmo em áreas como saúde mental, onde surgem assistentes virtuais que “escutam” o paciente, ainda falta algo fundamental: a conexão. O robô pode dizer as palavras certas, mas não oferece presença real. A empatia, diferente da simulação, exige experiência, memória afetiva e vulnerabilidade, elementos que não se codificam facilmente.
O que torna a criatividade tão difícil de automatizar?
Criar não é apenas combinar ideias já existentes. Muitas vezes, a criatividade surge de erros, do acaso, do caos interno. Os robôs conseguem gerar variações com base em dados, mas têm dificuldade em produzir algo verdadeiramente disruptivo, que vá contra padrões ou crie novos significados a partir do inesperado. O ser humano tem a capacidade de interpretar e criar conceitos a partir das mais diferentes referências.
Renato Bastos Rosa destaca que a verdadeira inovação nasce de experiências vividas, de conflitos internos, de intuições que escapam do racional. A máquina pode imitar estilos, mas não vivências. E é justamente a bagagem subjetiva do ser humano que transforma uma ideia comum em algo único, com alma. O simples ato de se expressar é uma característica que a IA não consegue reproduzir.
Quais habilidades humanas continuam insubstituíveis?
Escuta atenta, improviso, ética em tempo real, compaixão são algumas das capacidades que continuam exclusivas dos humanos. A consciência de si e do outro ainda é um território exclusivamente humano. Renato Bastos Rosa acredita que, à medida que a automação cresce, o diferencial estará em quem conseguir manter o essencial: presença, empatia e senso crítico. Não se trata de competir com a máquina, mas de lembrar o que ela nunca será.
Ainda somos insubstituíveis
O futuro pode ser digital, mas continua profundamente humano. A inteligência artificial facilita processos, amplia acesso e transforma realidades, mas não deve ser confundida com consciência. Enquanto os robôs processam, os humanos sentem. Enquanto os sistemas aprendem, as pessoas vivem. E talvez, seja essa diferença que garantirá nosso papel no mundo. O entusiasta Renato Bastos Rosa conclui que somos seres capazes de transformar dados em significado, e que isso, por enquanto, ainda é coisa de gente.
Autor: Stanislav Zaitsev